sábado, 14 de novembro de 2009

Consulta de Clínica Geral




A consulta de clínica geral é realizada em todos os Centros de Saúde, por ENFERMEIROS, à excepção dos Centros de Saúde de Contuboel e Cossé, únicos centros com Médico permanente.

As patologias mais prevalentes na população infantil dos 0 -14 anos são: Paludismo, IRA, Diarreia, Malnutrição, patologias directamente relacionadas com as precárias condições de desenvolvimento da maioria das comunidades da Guiné Bissau, sem acesso a àgua potável, saneamento básico, e recolha de lixos.

Embora esteja a ser feito um grande esforço relativamente à disponibilização de água potável nas comunidades rurais, por parceiros internacionais, um número significativo de tabankas ainda recorre a poços artesanais, mal localizados e sem impermeabilização, e por isso sem possibilidade de controlo da qualidade da água.
De entre os factores que contribuem para a elevada procura de cuidados de saúde, para além das deficientes condições de saneamento basico destacam-se:
. Hábitos culturais ligados à higiene em geral, e da alimentação em particular a partilha de alimentos em grupo sem recurso a talher (com as mãos), a introdução precoce de alimentos e a falta de mecanismos de conservação de alimentos.
. Precárias condições das habitações: falta de protecção contra mosquitos, roedores, ofídios e outros.
. Falta de protecção contra as condições climáticas que se verificam nesta região. (diferenças de temperatura muito acentuadas nas diferentes épocas do ano.
. Fraca adesão á utilização de redes mosquiteiras durante os períodos de maior exposição ao risco (região endémica de paludismo).

Sem uma acção política e social consertada, é difícil mudar e melhorar esta situação de pobreza extrema em que vive a grande maioria das famílias desta região e mesmo da Guiné Bissau.
Melhorar o acesso aos cuidados de saúde e reforçar o programa de medicamentos essenciais, são contributos do projecto e da equipa para reduzir a morbilidade e mortalidade infantil.

A contribuição do projecto neste programa:
· Melhoria do acesso das populações mais desfavorecidas aos cuidados de saúde, através da deslocação da equipa às tabancas mais isoladas, para prestação de cuidados integrados;
· Disponibilização de medicamentos essenciais às famílias mais necessitadas;
· Apoio / colaboração a nível na realização da consulta de clínica geral;
· Reforço da necessidade de cumprimento dos protocolos nas diferentes patologias;
· Rigor e confirmação do diagnóstico em particular o paludismo, e referenciação de casos graves;
· Colaboração no transporte de doentes em situação de urgência;
· Informação / educação para a saúde sobre medidas de prevenção, realizadas durante a consulta e nas salas de espera;
. Realização de reuniões de serviço para análise e discussão de casos especiais.
A sensibilização da comunidade para a importância do recurso aos cuidados de saúde atempadamente e a informação sobre medidas básicas de prevenção das complicações da doença na criança, são estratégias que irão certamente contribuir a médio prazo para a redução das taxas de mortalidade e morbilidade, para a redução da pobreza extrema e para a concretização dos objectivos do projecto - redução da taxa de mortalidade infantil na região em 10% no final dos três anos do projecto.
Durante o primeiro ano do projecto,não foi reportado nenhum caso do grupo das doenças transmissíveis prioritárias do PAV, à excepção da TB. (PFA, Sarampo, Tétano e Tétano Neo-Natal, Meningite, Febre Amarela)
As anemias, conjuntivites, e as lesões da pele (feridas, traumatismos) incluindo a escabiose, são também motivos significativos na procura de cuidados de saúde e estão directamente relacionadas com as precárias condições de vida das populações.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Grandes Endemias


O Teatro e a Dança - Estratégias de comunicação de grande impacto, utilizadas nas acções de Educação para a Saúde.


1. TB / LEPRA
Este é, um dos programas com grandes dificuldades em toda a gestão.
A busca activa de casos na comunidade, o controlo de conviventes, a supervisão terapêutica, o controlo laboratorial, a falta de notificação de casos, e a própria recolha de indicadores oficiais, são actividades muito deficitárias, que se reflectem nos indicadores do programa.

Dificuldades identificadas
. Condições inadequadas de internamento para doentes em fase de contágio, sobretudo no que respeita a alimentação, por falta de cozinha no Hospital Regional e financiamento para o fornecimento de alimentação;
. Deficientes condições para controlo do doente e família em regime ambulatório;
. Abandonos/interrupções do tratamento;
. Deficiente recolha de informação epidemiológica;
· Ruptura do stock de medicamentos;
· Deficiente retro-informação
Estas dificuldades mantiveram-se durante todo o ano, agravadas ainda mais com a ruptura do stock de medicamentos antibacilares a nível Nacional, que se verificou no mês de Dezembro, obrigando à interrupção temporária de alguns tratamentos em curso.

Acções realizadas:
· Participação na recolha, organização e notificação epidemiológica, através da elaboração de suportes de recolha de informação.
· Apoio logístico, transporte e reprodução de materiais de informação.
. Apoio ao responsável do programa em termos logísticos, nas deslocações aos CS, USB e comunidade para realização de actividades ligadas à gestão do programa, busca activa de casos na comunidade, controlo de tratamento, confirmação de abandonos e óbitos por tuberculose ou lepra, etc.
. Realização de reuniões com as equipas locais, onde são abordadas as questões relacionadas com este programa: confirmação do diagnóstico por exame de pesquisa de BK, notificação de novos casos, referenciação para tratamento intensivo quando necessário, início do tratamento, revisão do esquema terapêutico quer na fase intensiva quer na fase de manutenção.
· Sensibilização dos Técnicos de Saúde para a necessidade de controlo / vigilância dos contactos e apoio logístico sempre que necessário.
· Apoio na elaboração dos relatórios de avaliação do programa e do plano de acção para o ano 2009.
Foram realizadas diferentes acções de formação formal para Técnicos de Saúde, Matronas , ASB e voluntários, nas quais foram incluídas os principais problemas ligados a este programa: prevenção primária e secundária, tratamento, estratégias de supervisão terapêutica, despiste precoce de casos, busca activa de casos na comunidade, de entre outros.
Mesmo assim, não foi possível realizar todas as actividades planeadas para este programa. Foram estabelecidas prioridades centrando a equipa o seu apoio na detecção precoce, através da consulta do adulto, no controlo laboratorial e no acompanhamento do tratamento.

2. PALUDISMO
O Paludismo é uma patologia endémica em todo o País, predominando o tipo Plasmodium Falciparum. Constitui o principal motivo de recurso aos cuidados de saúde no ambulatório e internamento.
As crianças menores de 5 anos são as mais afectadas por esta patologia, que no decurso do ano atingiu 11.341 crianças o que corresponde a 33% da população infantil desta faixa etária.
A resistência a anti palúdicos que se tem observado nos últimos anos, impôs a revisão dos protocolos terapêuticos e profiláticos contra o paludismo, particularmente no tratamento ambulatório, constituindo a principal mudança a substituição da Cloroquina, pelo “Coartem” (Artmether Lumefantrina).
Foram registados durante o ano, 41 óbitos por Paludismo todos, intra-hospitalar, no HR e nos CS.
A taxa de letalidade por Paludismo na região, no ano de 2008 foi de 0,18% e a mortalidade geral de 0,01%.

Acções realizadas :
. Participação e apoio na consulta de clínica geral;
. Promoção da profilaxia anti-palúdica nas grávidas de acordo com protocolo do programa;
. Apoio à formação contínua e supervisão planificada (avaliação e diagnostico; adequação da terapêutica; vigilância dos casos em particular dos grupos de risco, recolha, organização, análise e notificação dos casos diagnosticados);
. Acções de educação para a saúde nos centros de saúde, em particular durante a consulta de controlo do crescimento e vigilância materna;
. Sensibilização de profissionais e utentes para a necessidade de controlo laboratorial em particular nos grupos de risco;
. Reuniões com diversos intervenientes do Programa para a recolha, análise e processamento de informação.
· Formação em serviço para reforço das competências do rigor diagnóstico e uso racional dos antipaludicos.
. Formação formal para técnicos de saúde - para reforço das competências na área do manejo de casos graves de paludismo e todos os aspectos relacionados com o diagnóstico, protocolos terapêuticos, complicações, grupos de risco, profilaxia intermitente na grávida, medidas de prevenção.
. Formação para voluntários – reforço de competências no domínio das medidas prevenção do paludismo
De referir que o diagnóstico do paludismo é na maioria dos casos de presunção, sendo a confirmação laboratorial solicitada apenas em situações particulares de acordo com protocolo do Ministério da Saúde, que sem perder de vista as questões técnicas e éticas, tenta minimizar as dificuldades das famílias evitando deslocações, transporte e o próprio custo da pesquisa de HTZ.
A disponibilização de testes rápidos de pesquisa de HTZ, em todos os CS contribuiria para melhorar o diagnóstico e sobretudo para evitar resistência aos medicamentos.

3. ITS - HIV/SIDA
Guiné-Bissau tem uma taxa de prevalência de HIV/SIDA de 4% para o HIV1 e 2,7% para o HIV2. Bafatá é a região com a taxa de prevalência mais elevada 5,8% para o HIV1. (indicadores oficiais do programa SRLS). Para fazer face ao problema, foi criado um Serviço Regional de Luta contra a SIDA e três Centros de Aconselhamento e Despistagem Voluntária: Bafatá, Contuboel e Bambadinca.
O tratamento anti-retroviral e de doenças oportunistas é feito no Hospital Regional de Bafatá, para onde são referenciados todos os casos.


Acções realizadas:
. Formação para os vários grupos envolvidos: T. Saúde (60), Matronas (78), ASB (30) e voluntários (60), onde foram abordadas, aos vários níveis, as questões relacionadas com a temática das ITS-HI/SIDA insistindo nas medidas de prevenção destas doenças.
. Reforço da informação sobre as medidas de prevenção a nível individual e comunitário, integradas nos programas de saúde, em particular nas consultas de vigilância materna e planeamento familiar, rotinas diárias da equipa.
. A identificação de novos casos, detecção de casos através da prática de aplicação dos critérios de Bangui e a referenciação para confirmação do diagnóstico na unidade de saúde de referência, são igualmente acções promovidas e postas em prática.
. Formação, entre pares, sobre a problemática da infecção por HIV/ SIDA e outras doenças de transmissão sexual, em parceria com a AGUIBEF (Movimento e Acção Juvenil - MAJ) integrada num programa de campo de férias para jovens, que incluiu a realização de palestras no campo, e ainda abordagem individual a outros jovens com distribuição de preservativos, nos locais de diversão nocturna de Bafatá.
. Programa de Formação para técnicos de saúde sob o lema ”Melhorando a Qualidade da Prestação”, no qual foram incluídos aspectos ligados à problemática HIV/SIDA e no qual participou como formador o Coordenador do Programa
. Participação nas comemorações do dia internacional de luta contra o HIV / SIDA em parceria com a comissão nacional e associações locais. No âmbito destas comemorações foram realizadas peças de teatro alusivas ao tema nos principais bairros da cidade, distribuição de panfletos e preservativos em pontos estratégicos (locais de diversão nocturna) e várias acções de informação em diferentes tabankas, com a participação das várias associações locais da região.
Tentar implementar rotinas que permitam detectar precocemente este tipo de infecções, como por exemplo a observação ginecológica da grávida, a disponibilização de teste rápido de pesquisa HIV, investir na informação à comunidade sobretudo a nível escolar, envolvendo os parceiros locais, são estratégias que pretendemos sugerir e apoiar a sua implementação a nível regional.

4. CÓLERA
A ausência de rede de distribuição de água e saneamento básico e recolha de lixo, na cidade de Bafatá, a falta de controlo sanitário no abate de animais, mercados formais e informais de venda de alimentos, e ainda a falta de rede energia que possibilite a conservação de produtos e alimentos, aliados a comportamento e hábitos de higiene individual e colectivos, muito rudimentares, são os factores que perpetuam as sucessivas epidemias de cólera que eclodem anualmente no período das chuvas e tornam ainda mais vulneráveis as populações.
A epidemia teve início no segundo semestre de 2008, em meados do mês de Junho, em Bissau. A DRS pôs em curso o plano de contingência, à semelhança de anos anteriores, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde Pública: Reunião com o Governador, Câmara Municipal e autoridades políticas da região, onde foram ajustadas as estratégias a adoptar de controlo da situação.
Na qualidade de principal parceiro da Região de Saúde de Bafatá, a ASP colaborou, apoiou e participou activamente em todas as iniciativas de controlo da epidemia:
· Criação / organização nos diferentes CS de salas para tratamento e isolamento de casos de cólera;
· Formação específica para Técnicos de Saúde, matronas e ASB e voluntários.
· Acções de informação em todas as áreas sanitárias sobre medidas de controlo e prevenção da cólera, durante a realização da consulta, e em todas as deslocações em estratégia avançada e durante a campanha de administração de suplemento de vitamina A, em 48 tabankas das diferentes Áreas Sanitárias: Gã – Carnês, Gã-Turé, Gâ-Mamudo, Xitole, Geba, Bambadinca, Contuboel, nos Bairros da cidade de Bafatá.
· Reuniões com líderes de todas as tabankas visitadas, para informação e mobilização da comunidade na recolha e queima de lixos, na desinfecção de poços e latrinas, no apoio aos CS e USB.
· Apoio aos CS na prestação de cuidados.
· Realização de acções de formação específicas, no âmbito do controlo e transmissão da cólera, para trabalhadores de higiene e limpeza do Hospital Regional de Bafatá;
· Realização de acções de educação para a saúde e sessões de teatro para grupos de “bideiras” (vendedoras ambulantes) e população dos bairros de Bafatá em parceria ASP/APROMEC, associação local. Esta iniciativa decorreu de 9 a 30 de Agosto tendo sido atingidas 400 bideiras e cerca de 2.000 habitantes dos bairros de Bafatá, que assistiram às peças de teatro sob o lema: “Prevenir a Cólera”
O alerta da Cólera manteve-se em todo o país, até ao dia 6 de Fevereiro de 2009, data em que foi declarado o fim da epidemia, depois de duas semanas consecutivas sem nenhum novo caso declarado.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vacinação




À semelhança de outros programas, também no Programa Alargado de Vacinação foram identificadas algumas deficiências e elaborado plano de a acção, tendo em vista a melhoria dos indicadores de execução e desempenho.
Algumas deficiências identificadas:
· Deslocações irregulares em estratégia avançada (brigadas móveis);
· Ruptura de stock de vacinas;
· Armazenamento incorrecto nos Centros de Saúde de consumíveis em particular seringas e agulhas;
· Utilização incorrecta de técnicas e materiais de biossegurança;
· Deficiente manutenção da cadeia de frio (frigoríficos solares/petróleo);
· Fornecimento irregular de combustível, peças sobressalentes e de outros consumíveis.
· Pessoal técnico escasso.

Todas as actividades de vacinação realizadas ao longo do ano, foram integradas na metodologia de trabalho “Estratégia Avançada” nas diferentes USB e tabankas, sempre em colaboração com os técnicos de saúde das respectivas áreas sanitárias e aproveitando todas as oportunidades de vacinar, e numa atitude pedagógica permanente.
Para além da vacinação foram realizadas acções de educação para a saúde à população, em todos os locais de concentração, sobre aspectos relacionados com a vacinação e saneamento - “higiene na tabanka” - água, higiene dos locais de recolha; lixos, recolha e destino final; medidas de prevenção da doença em particular a cólera acções realizadas no âmbito do controlo da epidemia de cólera, já recorrente no país na epoca das chuvas.
Apesar dos problemas com a ruptura de stock de algumas vacinas, problemas relacionados com a logística e programação para a introdução de novas vacinas, foram conseguidas taxas globais superiores a 80% para a vacina Pentavalente e para a Polio, embora com alguns desvios na média à custa de alguns CS com dificuldades de pessoal e também de acesso, no período das chuvas. O facto de se ter realizado a vacinação porta a porta, ou utilizar a deslocação às tabancas com maior distancia de percurso aos CS contribuiu uma maior adesão e assim uniformizar as taxasde cobertura na região.
A vacinação é uma das actividades em que os profissionais mais se empenham. Apesar das dificuldades de deslocação, de manutenção da cadeia de frio e de falta de pessoal, todos fazem um esforço suplementar para manter as taxas de cobertura estáveis e cumprir as metas propostas pela DRS de Bafatá, mantendo-se a região com as melhores taxas de cobertura vacinal do País.
Este programa foi reforçado na área da formação de técnicos de saúde com o programa de formação de 8 horas sob o tema “Introdução de Novas Vacinas”, realizado pelo projecto “mais Saúde , Melhor Saúde por Bafatá, em parceria com a DRS beneficiando 22 técnicos de saúde da região.

sábado, 7 de novembro de 2009

Planeamento Familiar


O Contributo da equipa do Projecto - Mais Saúde Melhor Saúde por Bafatá – para melhorar o bem-estar a família, e da melhoria dos indicadores deste programa, é feito sobretudo à custa da realização de acções de informação / educação sanitária e do apoio à formação de técnicos de saúde, Matronas e grupos de voluntários e jovens, onde são abordadas as questões relacionadas sexualidade, contracepção, gravidez na adolescência, prevenção de ITS- HIV/SIDA.
É com estes grupos, (voluntários de associações locais, AGUIBEF, APROMEC, APRODEL, ETAD de entre outras) que contamos para as acções realizadas e a realizar na comunidade, porque as dificuldades de comunicação nas várias línguas locais constituem ainda uma barreira importante, apara os elementos da equipa.
Contamos ainda com a experiência e o saber da Enf.ª parteira local contratada pelo projecto que, realiza a consulta de PF dois dias por semana no CS de Bafatá é responsável pela supervisão do programa: recursos, supervisão, avaliação, formação.
As questões culturais ligadas à maternidade e ao papel da mulher na família e na sociedade e ainda o factor religioso (Fula e Mandinga, etnias predominantes na região, ambas muçulmanas que não aceitam o controlo da natalidade, competividade entre combossas, mulheres do mesmo marido) são factores determinantes no recurso à consulta de Planeamento Familiar. Estes factores aliados ao analfabetismo da grande maioria das mulheres, e o obscurantismo, condicionam o acesso à consulta de PF.
Para além da participação nesta consulta a equipa realiza acções de informação a nível individual e de grupos, durante as consultas e sempre que surgem oportunidades para sensibilizar sobre a importância do planeamento familiar nas várias vertentes do desenvolvimento humano e social.
Foram ainda realizadas acções formais de formação onde foram debatidas as questões relacionadas com o planeamento familiar: gravidez na adolescência, espaçamento da gravidez, prevenção das ITS-HIV/SIDA.
Apesar do grande envolvimento da equipa e dos profissionais locais, na promoção desta consulta, traduzido nas multiplas acções de informação inseridas nas acções de promoção do parto hospitalar, esta consulta, ficou muito aquém das expectativas. Num universo de 44.454 mulheres em idade fertil (MIF), apenas 4,8% recorreu a esta consulta, durante o ano de 2008, na região de Bafatá.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Desnutrição Infantil

De acordo com os indicadores do PAM (programa alimentar mundial) Bafatá é a região da Guiné-Bissau onde se registam taxas mais elevadas de desnutrição infantil cerca de 24% e por isso, esta organização tem parcerias com alguns CS fornecendo alimentos apoiar crianças e mulheres grávidas com carências alimentares.

A redução deste indicador em 30%, é um dos objectivos a alcançar no final do projecto. Para isso , foram postas em prática algumas medidas:
. A reintrodução da educação sanitária, de forma sistematizada, como estratégia fundamental para a mudança de comportamentos e consequentemente para a melhoria da saúde da família, e da comunidade;
. Identificação e referenciação de todos os casos de desnutrição e situações de risco face ao problema sbjacente: prenaturas ou com baixo peso ao nascer, orfandade, gemelaridade, crianças negligenciadas, pai ou mãe ausentes, crianças com irmãos com desnutrição, crianças com deficiência ou doença crónica, filhos de mães seropositivas, etc.
· Planeamento de acções complementares para reforço das competências da família reativamnte aos cuidados necessários à criança;
. Deslocações às tabancas onde se regista um número significativo de crianças desnutridas;
. Convocação de pequenos grupos de mães para acções de educação para a saúde orientadas para problemas específicos da desnutrição;
· A Supervisão dos esquemas alimentares, ensino sobre confecção de alimentos, administração de suplementos alimentares e / ou vitamínicos e desparasitantes.
. Referenciação para instituições locais para apoio alimentar.
. Reintrodução da consulta de "atenção especial" em todos o CS.
Esta consulta não foi possível concretizar. Inúmeras dificuldades sobretudo relacionadas com a escassez de pessoal técnico, e também a sobrecarga de trabalho com as quatro campanhas de Suplementação vitamina A, vacinação e desparasitação, realizadas durante o ano.
Foram realizadas algumas acções de informação e educação para a saúde no decurso das consultas de puericultura e outras em parceria com associações locais, com as quais formalizamos parceria, tentando motivar a família para as questões relacionadas com a segurança alimentar, particularmente nos particular nos as aspectos relacionados com a amamentação precoce e exclusiva até ao 6º mês, introdução de novos alimentos, higiene da água e alimentos, cultivo e diversificação de produtos agrícolas.

Saúde Infantil



A taxa de Mortalidade Infantil na Guiné-Bissau é uma das mais elevadas no mundo!

Um dos grandes objectivos deste projecto é contribuir para diminuição da morbilidade e da mortalidade infantil.

Também neste programa, privilegiámos a estratégia avançada, como forma de melhorar a acessibilidade, das populações mais desfavorecidas aos cuidados de saúde, e estabelecer contactos formais e informais com as autoridades de saúde e líderes locais, sensibilizando para as questões da saúde e da importância do envolvimento e participação de todos no apoio ao desenvolvimento.
Dos cuidados de saúde realizados pela equipa do projecto destacam-se:
. Avaliação do estado de saúde da criança, observação e avaliação antropométrica.
. Identificação de sinais de alarme / risco: filhos de mãe seropositiva, malnutrição, orfandade, abandono, pais ausentes, gémeos, negligência e pobreza extrema.
. Educação para a Saúde.
. Referenciação para os diferentes apoios sociais: PAM, Caritas Diocesana, Missões Católicas (organizações com algum poder interventivo no terreno).
. Apoio medicamentoso às famílias das crianças doentes e mais desfavorecidas.
. Transporte / transferência de crianças doentes referenciadas para Hospital Regional de Bafatá.· Recolha de indicadores de saúde.
. Avaliação mensal / discussão de casos com técnicos de saúde e Direcção Regional como estratégia de reforço de competências para melhor cuidar.
As taxas elevadas de mortalidade infantil, revelam sobretudo a fragilidade do sistema de saúde.
Assistimos à preocupação e ao empenho de todos os profissionais na procura de novas estratégias para melhorar os níveis de saúde da população, e em particular os cuidados à mãe e à criança, mas são muitas as dificuldades, para alcançar as metas anualmente programadas e esperadas.
A maioria dos Centros de Saúde tem apenas um ou dois profissionais para uma população média de 13.000 habitantes, com aldeias isoladas e muito dispersas, situações que dificultam ainda mais a acessibilidade. Mesmo recorrendo à metodologia “estratégia avançada” não é possível chegar a todas as comunidades e realizar cuidados integrados a um número significativo da população infantil.
Manter e insistir na “estratégia avançada” aproveitando a oportunidade da vacinação para realizar esta consulta e fazer educação sanitária, parece-nos a melhor metodologia de trabalho.
Tem-se observado um aumento cada vez mais significativo na adesão à esta consulta, no grupo de crianças menores de um ano, no entanto é necessário insistir na vigilância regular das crianças do grupo etário 1-4 anos, onde se regista algum abandono / descuido por parte dos progenitores.
Como o espaçamento entre gestações é muito curtos, por cada novo nascimento verifica-se um “abandono”: abandono do aleitamento materno, da vigilância alimentar e cuidados gerais. Quase sempre estas crianças ficam sob a tutela dos irmãos mais velhos, tornando-os ainda mais vulneráveis ao risco.
Foram realizadas em toda a região, durante o ano de 2008, 24.557 consultas de vigilância infantil e observadas 8.884 crianças em primeira consulta.
A equipa do projecto realizou 4.603 consultas, na sua maioria em estratégia avançada, dando assim resposta a dois dos objectivos globais deste projecto: Melhorar a acessibilidade aos cuidados das populações mais desfavorecidas e contribuir para a diminuição da mortalidade e morbilidade Infantil.