sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Saúde Infantil



A taxa de Mortalidade Infantil na Guiné-Bissau é uma das mais elevadas no mundo!

Um dos grandes objectivos deste projecto é contribuir para diminuição da morbilidade e da mortalidade infantil.

Também neste programa, privilegiámos a estratégia avançada, como forma de melhorar a acessibilidade, das populações mais desfavorecidas aos cuidados de saúde, e estabelecer contactos formais e informais com as autoridades de saúde e líderes locais, sensibilizando para as questões da saúde e da importância do envolvimento e participação de todos no apoio ao desenvolvimento.
Dos cuidados de saúde realizados pela equipa do projecto destacam-se:
. Avaliação do estado de saúde da criança, observação e avaliação antropométrica.
. Identificação de sinais de alarme / risco: filhos de mãe seropositiva, malnutrição, orfandade, abandono, pais ausentes, gémeos, negligência e pobreza extrema.
. Educação para a Saúde.
. Referenciação para os diferentes apoios sociais: PAM, Caritas Diocesana, Missões Católicas (organizações com algum poder interventivo no terreno).
. Apoio medicamentoso às famílias das crianças doentes e mais desfavorecidas.
. Transporte / transferência de crianças doentes referenciadas para Hospital Regional de Bafatá.· Recolha de indicadores de saúde.
. Avaliação mensal / discussão de casos com técnicos de saúde e Direcção Regional como estratégia de reforço de competências para melhor cuidar.
As taxas elevadas de mortalidade infantil, revelam sobretudo a fragilidade do sistema de saúde.
Assistimos à preocupação e ao empenho de todos os profissionais na procura de novas estratégias para melhorar os níveis de saúde da população, e em particular os cuidados à mãe e à criança, mas são muitas as dificuldades, para alcançar as metas anualmente programadas e esperadas.
A maioria dos Centros de Saúde tem apenas um ou dois profissionais para uma população média de 13.000 habitantes, com aldeias isoladas e muito dispersas, situações que dificultam ainda mais a acessibilidade. Mesmo recorrendo à metodologia “estratégia avançada” não é possível chegar a todas as comunidades e realizar cuidados integrados a um número significativo da população infantil.
Manter e insistir na “estratégia avançada” aproveitando a oportunidade da vacinação para realizar esta consulta e fazer educação sanitária, parece-nos a melhor metodologia de trabalho.
Tem-se observado um aumento cada vez mais significativo na adesão à esta consulta, no grupo de crianças menores de um ano, no entanto é necessário insistir na vigilância regular das crianças do grupo etário 1-4 anos, onde se regista algum abandono / descuido por parte dos progenitores.
Como o espaçamento entre gestações é muito curtos, por cada novo nascimento verifica-se um “abandono”: abandono do aleitamento materno, da vigilância alimentar e cuidados gerais. Quase sempre estas crianças ficam sob a tutela dos irmãos mais velhos, tornando-os ainda mais vulneráveis ao risco.
Foram realizadas em toda a região, durante o ano de 2008, 24.557 consultas de vigilância infantil e observadas 8.884 crianças em primeira consulta.
A equipa do projecto realizou 4.603 consultas, na sua maioria em estratégia avançada, dando assim resposta a dois dos objectivos globais deste projecto: Melhorar a acessibilidade aos cuidados das populações mais desfavorecidas e contribuir para a diminuição da mortalidade e morbilidade Infantil.

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